quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sonhando




Tem dias na vida de um ser humano que o único desejo que se tem é: ficar em casa! Ah que saudades dos tempos em que eu podia decidir se ia ficar ou não em casa, de pernas pro ar. Pensar que achava isso entediante. E é, porém, tem horas que precisamos de um tempinho out desse mundo cão que não para de rodar um só instante sequer.
Hoje, eu tô assim: sonhando!! Sonhando em pegar aquela boia enorme, jogar na piscina e ter o único e exclusivo trabalho de chamar alguém para me fazer as vontas.

- Um suco, por favor!
- Aqui, senhorita.
- E daqui uma hora eu vou para a sauna, hein?!
- Sim, senhorita.
- Não esqueça de chamar o massagista!
- Pode deixar, senhorita!
- Ah, também tem minha aula de Yoga.
- Já está marcada.
- Ótimo, pois eu vou para o shopping fazer compras. Reserve aquele cartão sem limites, tá certo?
- Tudo bem.
- Pode me fazer só mais um favorzinho?
- Com certeza. O que seria?
- Não me acorde, sonhar é tão bom!

Ahhh...sonhar é tão bom! Pena que nem tempo suficiente eu estou tendo para isso... Melhor voltar para a rotina, ou, então, essa será mais uma noite perdida!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Tapando buracos.


É tão mais fácil se traduzir em palavras quando o sentimento é profundo. E não importa se esse sentimento é bom ou ruim, o que importa é que ele exista. Às vezes, abre-se um buraco fundo, sem sentido e que nada significa. Procuramos, tentamos entender, mas não há o que fazer. E os sentimentos? Nenhum amor, paixão, raiva, ódio, rancor, abuso... nadinha!! Sem a menor graça essa existência, na verdade, essa ausência de sentimentos. Ambição? ...de quê? Abuso? ... pra quê?

O jeito, então, deve ser buscar... Então, que arranjemos pá e terra para começar a fechar esse buraco. Cutuquemos a ferida alheia, renovemos os sentimentos bons, restauremos laços, aproveitemos a vida e oremos todos os dias para garantir nosso lugar no Céu. Afinal, podemos perder alguns créditos com o Homem lá em cima, não é?

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Surpresas


E que mulher não gosta de ser surpreendida? Ahh... nada como receber flores (vermelhas mesmo) acompanhas de uma bela caixa recheada de bombons calóricos envoltos num lindo laço de fita ( vermelho também)!! Não há quem lembre de que a natureza foi, em parte, devastada ou mesmo do quanto há de engordar depois de comer tantos doces. Nesse momento, o suspiro não cala. Nada como um belo "aaaaiiii" que toma o fôlego de qualquer um. E não importa se a surpresa veio de quem não se esperava. Mas, se foi o amado o responsável pela doce respiração prolongada, pelas batidas aceleradas do coração, pelo suor inexplicado na testa associado às mãos gélidas e sem forças, pelas pernas bambas e por um rápido momento de recordações e, claro!, pelos inúmeros planos para um futuro próximo.

Eis que, quase que imediatamente, começa-se a contar as calorias ganhas com os inúmeros chocolates e lembra-se de que, ao encontrar o felizardo, esse deslize pode ser revestido. Por que não queimar a tal da caloria num lindo e maravilhoso beijo demorado de um amor sem fim?

E não me refiro apenas a esse tipo de surpresa! Uma linda mensagem, nem que seja de "bom dia!" já é o suficiente para abrir um sorriso largo em meio a face. Ou mesmo aparecer sem combinar, sair para jantar num dia não marcado, quebrar a rotina numa visita inesperada ou quem sabe uma carta (em meio a tanta modernidade receber uma carta, hoje em dia, que não seja cobrança, é uma grande surpresa)... Nada como uma boa dose de boas ideias que nos apanham de improviso.

E os homens ainda falam que as mulheres é que são complicadas. Pode?!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Reviravoltas


A música cessa, trazendo consigo um silêncio mórbido que a faz lembrar de sua solidão diária. Não a solidão de ter pessoas ao seu redor, mas a solidão do vazio que sente por dentro. Ela não sabia explicar o que faltava-lhe, mas sabia que faltava algo para dar sentido à sua rotina. É isso: os dias tinham virado uma rotina sem fim, sem graça. Faltava-lhe sorrisos nos lábios, gargalhadas sem fim, música constante sem hora para acabar, pessoas conversando, um abaraço envolvente, piadas sem graça, seu nome nas rodas de conversa...

Havia perdido as contas da última vez que vira o sol dar boas vindas ao novo dia que se iniciava, sentia saudades do cheiro bom de café que chegava junto com ela ao portão de casa. E as sandálias nas mãos para diminuir a possibilidade de ruídos. Ah!!! Como era bom viver perigosamente. O que fazia dela uma pessoa tão saudosista? Iria, um dia, sentir saudades do agora, quando ele um di se tornar passado?

E foi lembrando dos momentos felizes e querendo fazer desse momento pleno e cheio de boas lembranças para recordar futuramente, rebeu uma mensagem que a encheu de esperanças! Nossa! A vida nada mais é que uma caixa a qual podemos abrí-la a qualquer momento e nos surpreender com o que podemos encontrar lá dentro!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Transformações


E, de repente, ao simples sonar do telefone...
A vida ganhar cor.
A solidão é preenchida pelas palavras doces e sinceras.
O semblante tristonho se transforma numa face cheia de graça e rubor.
As lágrimas de triteza desistem de cair.
O desânimo transforma-se em coragem.
O silência vira a bela melodia de um romance hollywoodiano.
Ahh... o suspiro não é mais de desilusão.
Os pensamentos não são mais focados na fuga, mas, sim, na permanência.
O filme não é mais de drama.
O amargo passa a ser doce, mas não enjoa.
...
As transformações são muitas, inenarráveis, incontáveis...
Como eu queria que o telefone tocasse mais uma vez hoje!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Vontade de ser...


Hoje eu tive vontade de ser muitas coisas que não fosse eu...
Tive vontade de ser criança, de andar descalça pela rua, de não ter compromisso marcado, não ter que me preocupar com as coisas do dia a dia, de comer fruta embaixo das árvores e subir nelas, de ter um cachorrinho pra cuidar, de pastorar a panela no fogo...
Tive vontade também de ser turista, viajando para uma cidade desconhecida, sem me preocupar com o dinheiro que ia gastar, sem esperar pelo que vai passar na televisão, sem me preocupar com a hora de dormir, acordar ou voltar pra casa, conhecendo pessoas diferentes e desfrutando de paisagens e situações que nunca vivi...
Tive vontade de ser um atleta, em busca de um sonho, um campeonato, com metas a curto prazo, com espírito esportivo e de coletividade...
Tive vontade de ser uma adolescente, preocupada com as matemática, com os trabalhos do colégio pra fazer, com as festinhas da turma pra ir, apaixonada pelo menino mais lindo da escola, sem o amor correspondido, mas com a esperança ardendo em chamas...
Tive vontade de não ser eu, viver um pouco do universo de outras pessoas ou, até mesmo, outros "eus" que ficaram perdidos em algum momento do passado...
Tive também saudades. Saudades de quando eu fui um pouco de tudo isso e até mesmo do que sou agora... Tive saudades do que nem vivi e já senti falta do momento em que vivo agora!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Duas faces de uma só moeda


Hoje, meu jardim amanheceu engraçado: parte colorido e outra sem cor! Quando somos crianças, todas as nossas alegrias e decepções giram em torno do nosso mundo e das nossa pequenas ambições. Com o tempo, vamos percebendo que não é tão simples assim... Algumas pessoas dpendem da gente e vice-versa.

À mdida que crescemos, temos a opção de optar pelo que desejamos, as responsabilidades aparecem e respondemos pelos nosso próprios atos. E, mais uma vez, recomeçam as antíteses nesse jogo cíclico da vida. A vida é como uma moeda e são há um lado só, ou bom ou ruim. As opções são muitas e, qualquer que seja a nossa escolha, sempre temos que arcar com as consequências e seguir em frente, aprendendo a lidar com o doce e o amargo, simultaneamente.

Ahhh... se, quando criança, eu soubesse do que sei agora!! Mas vai ver que a verdadeira graça da vida é ir aprendendo aos poucos entre vitórias e derrotas.

Será que, se tivéssemos oportunidade de saber como seria o futuro, mudaríamos ele de alguma forma? Posso até estar enganada, mas creio que pagaria para ver... Afinal, a felicidade em sim, ao meu ver, não existe. A vida é feita de momentos felizes... Não sei quem disse isso, mas eu, particularmente, concordo!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A vida é uma comédia



Uma pauta para cobrir outra. Precisávamos da nossa matéria. Então começou nossa aventura. A procura por um contato, buscas incessantes pela internet, eis que achei um telefone. Liguei, marquei e, no caminho, a Anamélia me questiona: "Afinal, quem é esse homem com quem tu falou?". Entre risos, a incerteza e uma pontinha de medo pairou no ar, mas... já era tarde demais...

Num bairro distante, uma casa simples de paredes pintadas chama a atenção de quem passa. É a "Casa da Poeta". Ultrapassamos o portão, e o que era para ser uma entrevista simples para a cadeira de Jornal Laboratório, transformou-se numa tarde super agradável e de muitas risadas.

Ouvir uma pessoa que podia estar reclamando da vida, falando sobre as dificuldades de morar em um bairro mais simples ou mesmo reclamando da falta de oportunidades que seus filhos enfrentam, fomos surpreendidas por uma mulher baixinha, vaidosa, de sorriso no rosto e gargalhadas fáceis falando, sem muitas pausas para respirar, sobre a oportunidade que ela tem de ajudar as crianças do bairro a superar a timidez, enfrentar dificuldades em casa ou na escola. Num discurso meio embaralhado entre um verso cantado e uma palavra falada, Cristina acabou nos contagiando e fazendo do nosso trabalho um momento de muita alegria e aprendizado ( "A vida é uma comédia...se alguém falar de você, não ache ruim, pois você já falou de alguém um dia!"). Foi assim, de maneira simples e cheia de graça e encantamento que pudemos conhecer mais do trabalho de Cristina e Daniel que enchem a casa de crianças para falar sobre música, teatro e muita poesia.

Conhecer pessoas assim, participar um pouco dessa vivência tão diferente da nossa, explorar outros mundos é o que faz da profissão do jornalista ser tão apaixonante. Embarcamos numa viagem que, de alguma forma, mudou um pouco da nossa visão do mundo, fez-nos sair da nossa casca, enxergar o que está à nossa volta sob uma ótica diferente. Então, assim eu percebo que estou no lugar certo e fazendo o que me dá prazer.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mudanças...

E, de repente, uma lágrima furtiva desceu pela face. Nossa, tinha esquecido de como era difícil ter que tomar uma decisão tão séria em sua vida. Pressão, dela mesma... não queria permanecer onde estava, mas temia o que vinha pela frente. O receio da mudança a deixava confusa, não saber o que dizer, o que fazer ou como fazer. Sentia-se perdida. Faltava-lhe com quem conversar. Queria um abraço, um consolo, uma força... Os pensamentos não se encaixavam. Estava atordoada. Não sabia o que fazer.

Sentia-se, novamente, uma criança. Dessa vez, no entanto, não podia correr para os braços da mãe. Era só ela, com ela mesma. O coração batia mais rápido que o normal, as mãos suavam, os pés gelavam... Mas, na vida, as coisas funcionam assim: é tudo ou nada. Não se pode ter tudo, então... por que não tentar? Foi quando decidiu que devia seguir seus próprios conselhos: arrepender-se por ter tentado e, não, por ter ficado pensando em como poderia ter sido; vá enfrente, arrisque-se!

E que venha uma nova experiência!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Pra que viajar...

“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens,
livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o
que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor.
Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o
desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para
lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo
como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz
professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e
simplesmente ir ver”
Amyr Klink

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Mais um dia...

Bom dia?!? Por que bom dia?! Será que não estava escrito na sua testa que aquele dia, assim como o anterior, não tinha nada de bom? Não havia motivos para comemorá-los...

Seu único desejo era que o dia passasse logo. Tudo parecia um grande vazio. Cumpria suas tarefas na intenção de esquecer seus erros, na intenção de ocupar sua mente com outras preocupações que não fossem sua vida.

Que vida? Não havia vida, ela sentia-se como um corpo sem alma. O único motivo que a fazia diferente de uma pedra era a capacidade de pensar, tomar susas próprias decisões.Naquela hora lembrou-se de quando era criança que sua decisão mais desastrada foi quebrar a lâmpada da sala jogando bola, ou algo do tipo.

Divagando nos seus pensamentos, olhando o jardim pela janela,sentindo o vento no rosto, telefone tocando... O que? Telefone tocando? Não podia acreditar...Mensagem: Posso passar ai agora pra dar um passeio?

Era quase impossível de acreditar! O coração não batia, daava saltos e podia até sair pela boa. Era quase impossível de acreditar. É...tomara a decisão certa...

Seus pensamentos mudaram tanto que ela quase não ouvia que seu telefone tocava mais uma vez. Uma música baixinha e distante. De repente, ela é puxada com toda força de volta para a realidade. Desliga o despertador, confere o celular. Nenhuma mensagem ou ligação. Tenta mais uma vez, o celular dele ainda está desligado!


Por que as coisas eram tão difíceis? Mais uma vez, sente saudades de sua infância, respira fundo e parte pra luta.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Pensamentos...



Pois é... de repente, ela se sentiu a pior pessoa do mundo! E isso não era suficiente... Ela também era a mais inútil, burra, incapaz e qualquer outra coisa de ruim que pudesse atribuir a si mesma.

Não era fácil para ela falar em público sobre suas dificuldades e ficava na dúvida: o que eu faço realmente não presta ou tudo não passa de uma crítica severa de si mesma? É...ninguém podia responder isso, nem ela mesma. Naquele momento, ela só queria saber o que de fato ela queria. Estava ali, perdida, desolada e sem palavras para descrever sua situação.

Por que tudo era tão difícil? Era só com ela? Ou seria somente coisas sem sentido que ela semeava em sua mente? A quem recorrer? quem poderia ajudá-la? Perguntas vazias e, aparentemente, sem respostas... E de todos os pensamentos que ela semeava em sua mente um a deixava mais cabreira: as escolhas que deveria fazer. Tudo aparecia assim, de repente, ou tudo ou nada, vivia sempre de escolhas. Ela não queria optar, queria poder desfrutar das duas opções. Queria aproveitar que tinha, afinal, em alguns momentos, ela tinha nada. É tão ruim ser solitária, não ter com quem dividir suas aflições, apesar de que ela não gostava de dividí-las.

E a cada escolha, a cada passo que dava, ela percebia o quanto a vida era cruel e, paulatinamente, gentil...

Olhou para a janela do quarto, fechou os olhos e adormeceu sem concluir seus pensamentos.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Síndrome do Peter Pan


Quero saber quem foi que disse que eu queria crescer?!

É,infelizmente, nesse contrato da vida nosso crescimento é cláusula obrigatória e como recisão só tem a morte (melhor não precisar dela). Crescer é interessante, mas traz algumas responsabilidades e desafios que nos fazem querer ser criança de novo!

Se toda criança bem soubesse aproveitava essa fase da vida... e há quem diga que a infância já não existe mais. Ai que saudades que tenho de quando minha grande preocupação era qual a roupa que vou vestir na minha boneca. Ou, sorvete de côco ou morango? Quem sabe... brincar de bola ou pular corda?

Quando olhamos para trás é que percebemos o quanto o ser humano muda: suas atitudes, seus gostos, os pensamento, as preocupações...

Mas eu num tô reclamando não!! É só uma reflexão. Afinal, se quando olhamos para o passado é que vemos o que tínhamos, então não quero pensar no futuro, porque é sinal de quem vem chumbo grosso por ai!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Por que não arriscar?

"Às vezes é preciso saltar de olhos fechados, e ver o que acontece"... vi hoje essa frase no twitter da Lya Luft. Engraçado como algumas poucas palavras bem organizadas são capazes de nos transmitir umm bom ensinamento.



O homem vai crescendo e vai perdendo a coragem de arriscar. Toda criança é destemida e sempre pronta para os novos desafios que qualquer um lhe proponha. Qnato maior o desafio, maior o gosto de tentar, de fazer acontecer. Mas parece que o que as pessoas chamam de experiência é, na verdade, o medo de arriscar que vai se intensificando a medida que os anos passam.

Vamos aprendendo a nos comportar "na sociedade" e desapredendo a nos aventurar. Temos medo de errar, de ir de encontros as regras impostas pelas pessoas, de passar vergonha, de sair da linha...

Vai ver que é por isso que não podemos perder o contato com as crianças: para termos sempre a oportunidade de relembrar a importância de viver novas experiências, sem ter receio de por em risco as oportunidades, de errar e acertar, tentando achar um meio termo entre o bom e o ruim e sabendo dosar a hora certa para vestir a capa de cada um sem ser desonesto consigo mesmo e com os que nos rodeiam.

No fundo sonhar, é construir a oportunidade de fazer algo que tem chances de dar errado.

E como diria Soren Kiekegaard:

Arriscar é Viver
Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão para o outro é arriscar-se a se envolver.
Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor seu eu verdadeiro.
Amar é arriscar-se a não ser amado.
Expor suas idéias e sonhos ao público é arriscar-se a perder.
Viver é arriscar-se a morrer...
Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.
Tentar é arriscar-se a falhar.
Mas...
é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada...
Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.
Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.
Mas assim não podem aprender, sentir, crescer, mudar, amar, viver...
Acorrentadas às suas atitudes, são escravas;
Abrem mão de sua liberdade.
Só a pessoa que se arrisca é livre...
"Arriscar-se é perder o pé por algum tempo.
Não se arriscar é perder a vida..."

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Lembranças


E o que a gente faz quando o coração está partido?
E tudo o que passou, não passa de passado
E agora já não faz mais sentido?
É sempre assim...
Tudo vai bem, mas, de repente,
Você percebe que não ia tão bem assim.
A gente pensa, pensa e sente
Que tudo não passou de uma ilusão
Momento passageiro que um dia
Quando a gente pensar que não
Já vai ter ficado para trás
E vai servir de lição.
Na escola da vida,
Não é fácil cumprir o dever de casa sempre,
Mas fazer o que se não queremos adiantar a partida?
Mas fica o consolo de que, um dia,
Cedo ou tarde, tudo passa
E o que foi dor
Vai ser apenas uma lembrança tardia
Do que era para ser e não foi.

domingo, 18 de julho de 2010

"Eu tenho uma espécie de dever,
de dever de sonhar ,
de sonhar sempre ,
pois sendo mais do que
uma espectadora de mim mesma,
Eu tenho que ter o
melhor espetáculo que posso.
E assim me construo a ouro e sedas,
em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho entre
luzes brandas e músicas invisíveis ."

(Livro do Desassossego - Fernando Pessoa)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O que é viver, afinal?

O mais interessante de se viver é saber que um dia nunca será igual ao outro, é saber que estamos expostos a surpresas e mudanças bruscas. Saber viver é também saber contornar os obstáculos que aparece à nossa frente, é saber reagir às mudanças e encarar o lado bom das novas oportunidades que batem nossa porta a cada instante.

O medo de enfrentar os problemas cega e destrói nossas possibilidades de crescer. No fundo, viver é arriscar, é dar a cara a tapa, é quebrar a cara e estar pronto para fazer tudo de novo se for preciso e se achar necessário.

E não adianta se enganar. Viver só se aprende mesmo vivendo. A vida é assim: uma escola em tempo integral e que sentimos na pele cada erro que cometemos. Não existe receita pra viver, cada um escolhe seu caminho e que arque com as consequências. Quem disse que tudo que é bom tem que ser fácil?

domingo, 11 de julho de 2010

A mão


E, de repente, voltei no tempo. Aquele sorriso que não fazia mais diferença ainda era o mesmo e o lugar da frente ainda ia ser ocupado por mim. Mas não, uma pessoa adulta e madura não se rende tão fácil. É apenas uma saída de amigos. Melhor não olhar, conversar amenidades e, quem sabe, com uma imagem não tão nítida tudo se resolva. Ouço uma voz, pedindo para tirar os óculos (deve ser meu anjo!).

Uma noite sem estrelas no céu, sem expectativas aparentes. É isso mesmo: somos todos amigos. E tem mais: sou uma pessoa madura (é sempre bom repetir esse mantra)! Então, o melhor é não parar, afinal é parada que a gente começa a conversar. Dança aqui e acolá, não olha pro lado, não sorri e se faz de cega (meu anjo resolve me dar conselhos). Mas, é claro!, que o diabo não vai me deixar receber conselhos de um lado só: vocês são amigos, dança com ele também, o que custa, né?

Pois é... Uma música, duas, três... Por um instante, voltei no tempo. Uma música lenta e o coração parado volta a bater de devagarinho. A cintura, antes esquecida, volta a ser lembrada pela mão que passa em volta. Preciso realmente ser uma pessoa madura? Surge a dúvida. O coração se dividiu: desceu para o estômago e subiu para a garganta. As mãos suam, ficam inquietas e o coração está lá, dividido e disparado. Os pensamentos não se encontram, não há lógica. Anjo e diabo travam uma briga sem fim.

As músicas acabam, apagam-se as luzes do palco e tudo o que consegui fazer foi repetir meu mantra de pessoa madura e decidida. É hora de voltar para casa... O lugar da frente ainda era o meu, mas o caminho da minha casa foi o primeiro encontrado.

Já era de manhã e aquela cena não se apagou da memória. Levantei me perguntando se devemos sempre ouvir a voz do anjo que sussura no nosso ouvido. Levantei, mas não acordei. E a cena daquela mão ainda não me saiu da cabeça!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Aaai... a vida!

Viver não é nada fácil, mas quem disse que o que é mais fácil é melhor?! A vida é, de fato, um jogo no qual todos os dias ganhamos e perdemos. Muito se engana quem pensa que esses ganhos e perdas são materiais. As experiências para as quais somos empurrados e obrigados a encarar de frente são bens inestimáveis que T-O-D-O-S O-S D-I-A-S adquirimos e somentes depois de alguns anos é que nos damos conta dessa conquista. E não é só isso... poderia passar horas aqui divagando sobre os lucros de viver cada dia que nos é ofertado.

E as perdas? Ahhh... as perdas são as horas que deixamos de viver, são os momentos que nã aproveitamos ao lado de quem gostamos, são as palavras guardadas, os sentimento contidos, as lágrimas evitadas, as viagens que não fazemos, tudo o que não arriscamos por medo, falta de coragem ou como queiram chamar.

Melhor (bem melhor MESMO) Pablo Neruda completa meu pensamento:

"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar,
morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoínho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante...
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade".

Então, por que não aprender a viver e deixar de morrer lentamente?

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Se...




Se um dia eu tivesse a oportunidade de mudar a vida, acabaria deixando-a do mesmo jeito que está... Parece complexo, mas acho que é essa a graça da vida! A gente espera, planeja, faz de tudo para que algo dê certo. Ai vem a vida e nos mostra que não somos tão onipotentes assim. Acabo no conformismo e acreditando que tudo ocorre da exata maneira como tem de acontecer. Nada se deixa atropelar. A gente reclama, chora, acha ruim, quer voltar atrás, arrepende-se e, no fim, percebe que os fatos são como peças de um grande quebra-cabeça: tudo se encaixa. Talvez, não tão perfeito como imaginávamos, mas se encaixa.

Mesmo assim, pensamos em como seria bom se fosse diferente!!! Quantas vezes não perdemos o nosso tempo imaginando como teria sido se tudo o que se passou não tivesse sido como o foi. Às vezes, arrependemo-nos das nossas atitudes e, logo em seguida, percebemos que é melhor se arrepender do que foi feito que ter ficado apenas imaginando como teria sido. É tão bom você se sentir encorajado, cheio de esperanças quando vai realizar algum projeto.

Acho que o grande segredo da vida é sabermos aproveitar os momentos sem ficar nos questionando o quão estamos sendo estúpidos ou impulsivos demais. Dúvidas, incertezas, desilusões, surpresas, alegrias, tristezas são caminhos os quais devemos, necessariamente, atravessá-los; pois, servirão, eles, como ponte para nossas experiências. Experiências, algumas vezes, absorvidas de maneira dolorida, e, nem por isso, deixam de ser importantes para nós.

sábado, 26 de junho de 2010

"De volta" à terra querida

Nada como estar de volta às origens. Chegar em casa e sentir o calor da terrinha e do abraço aconchegante que só mãe tem. Ou do aperto de mão sincero acrescido de um abraço caloroso e desajeitado do pai. Ou mesmo um abraço desapegado, mas cheio de ternura do primo. Ou as palavras de carinho da tia. Ou até a cobrança pela demaora da irmã mais velha.

Nada como poder reviver a infância no restaurante que ia quando criança e pedindo o prato de sempre. Salivar ao ver a farofa que tanto gosta e perceber que seu gosto, mesmo depois de tantos anos, não mudou.

Nada como rever os amigos de uma infância não tão infância assim. Poder conversar, falar alto, ouvir músicas antigas que nem eu mesma me lembrava mais,conhecer outras pessoas, descobrir amigos e afetos em comum, participar das confraternizações, receber convites para saídas no dia seguinte, rever amigos de outrora que hoje são apenas conhecidos, mas que nos fazem lembrar de bons momentos.

Nada como chegar em casa e ter pessoas prontas para lhe ouvir e saber das histórias e novidades dos amigos distantes. Ou ficar trancada do lado de fora no meio da madrugada e esperar a boa vontade dos que dormem para lhe abrir a porta.

Nada como descansar sem hora para acordar. Ou levantar-se no meio da noite para beber água e tentar driblar o calor. Ou acordar e ver mais uma vez aquela mesa do café da manhã pronta e lhe esperando para ser "desmontada".

Ah... como é bom poder voltar às origens e ver que tudo, apesar de diferente, ainda está do mesmo jeito de antes!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Convivendo com a solidão


Nem abri os olhos ainda, mas já ouço de longe a voz desafinada do meu priminho, cantando uma musiquinha que aprendeu na escola para a mamãe dele. Não, não é ele. É o toque do meu despertador. Uma maneira que encontrei de matar as saudades da família que mora longe e de driblar a solidão. Bem que tento resistir, dormir mais um pouco, mas as notas agudas e desafinadas chegam a incomodar. É hora de levantar. Nada de preguiça!

Os raios de sol enchem minha manhã e até me fazem companhia. Parece que quando se vive longe de pai e de mãe, depois de algum tempo, pequenos detalhes são capazes de suprir a ausência de outras pessoas. E, enquanto sento-me à mesa para o meu café, resolvo refletir sobre minha condição: sozinha em casa e, não satisfeita, solteira. Não há momento mais adequado para isso.

Primeiro passo: justifico para mim mesma que é sempre bom conviver com um irmão ou irmã, um namorado e com amigos, mas que, em alguns espaços bem pequenos de tempo, a solidão é bem vinda. Há momentos na vida em que você aprende a viver consigo mesma. E não é difícil perceber quando isso acontece. A gente passa a valorizar cada minuto, sabendo retirar dele as lições que a vida nos oferece e aproveitá-lo da maneira que consideramos a melhor possível. Mas, aprendemos também a valorizar pequenos detalhes dia-a-dia. Descobrimos o quanto o abraço de um amigo é importante e nos revigora. Valorizamos o pouco tempo que passamos ao lado dos nossos irmãos e da nossa família. Passamos a escutar com mais cuidado e atenção cada conselho que nos é dado.

Mas, nem fui para o passo seguinte, já começo a me lembrar que não existe amor de pai, mãe, irmãos ou amigos que se iguale ao amor de um amante. Estar apaixonado, amar alguém especial é viver intensamente, é fazer besteiras sem pensar, é errar sem medo, é falar sem ter receio de ser criticado pelo outro, é não ter vergonha de ser você mesmo.

Por mais que muitas pessoas se justifiquem e digam que estar solteiro é bom, nada como ter alguém para quem possamos ligar a qualquer hora, nem que seja para ouvir a voz por uns instantes. Ou, até mesmo, passar horas ao telefone divagando sobre qualquer assunto. Nessa ocasião, até a complexidade da Física Quântica torna-se um assunto fácil e interessante para se discutir. Sentimo-nos mais sensíveis e, como diria o cantor Zeca Baleiro, qualquer beijo de novela nos faz chorar.

Ai, o amor... Sentimento que nos faz transcender, ir além de qualquer expectativa. Às vezes, temos a impressão de estar ouvindo música, mas não é só impressão. O celular está, de fato, tocando. Não acredito! Perdi a hora e estou atrasada para ir trabalhar. Quem sabe se divagando não encontro pelo caminho um novo amor?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Como queira chamar...


Sabe aqueles dias em que você não tem vontade de fazer nada? Nada que eu digo é nada mesmo. Não quer ficar na cama pensando, nem vendo tv, nem na internet, nem conversando, nem estudando...piorou trabalhar! Ai como essa vida de férias não férias é chata e até cansativa. Falta ânimo para fazer qualquer coisa.Tudo deixa a gente com fadiga e falta de humor. Ai depois, haja salmão e atum para repor os nurientes que o nosso corpo necessita.
Mas... como Deus escreve certo por linhas tortas, sempre aparece um fim de semana pra gente rever os amigos, ir a uma festinha básica e recomeçar a semana cheia de planos, quem sabe para o carnaval. É... o negócio então é ter metas, a curto e longo prazo, diga-se de passagem.
Qual minha meta para amanhã? Vou refletir sobre o assunto!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A vida sem tecnologia...


Engraçado como hoje a internet faz parte da nossa vida. E só percebemos o quanto isso é verdade quando nos vemos impossibilitados de ter acesso a essa tecnologia. Há alguns dias, tenho sofrido na pele essa situação. Parece que ficar sem internet é entrar de férias do mundo, como pedir licença sem remuneração.

A internet é fonte de quase tudo o que vivemos hoje: é nossa agenda de contatos através das redes sociais, é nosso jornal diário e fonte de informações, é nossa Barsa, é nosso playground, é nosso correio, é nossa loja... Fazer parte dessa tecnologia da internet é participar de uma sociedade em que a úica fronteira existente é o nosso querer/interesse.

Mas, em meio a todas essas perdas, aprendi a me virar como fazia antes: pegar um livro empoeirado, ler deitada, ver TV sem correr nos intervalos para o computador, passar horas conversando ao telefone, receber e fazer visitas demoradas... No fim das contas, o saldo foi positivo, mas quando a internet quiser voltar para o meu lar eu agradeço. Afinal, toda folga tem que ter seu fim.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Era só o que me faltava!




Estou eu no meu querido trabalhinho quando vejo o seguinte: "Psiquiatra inglês diz que bebês criados por babás se tornam mulherengos" (http://opovo.uol.com.br/app/saude/2010/06/01/int_saude,2005330/psiquiatra-ingles-diz-que-bebes-criados-por-babas-se-tornam-mulherengos.shtml). Era só o que me faltava mesmo. Não satisfeita em estar sozinha, agora tenho que averiguar se o cidadão teve ou não babá antes do primeiro ano de vida.

Agora, é só imaginar a cena: Você, naquela balada básica, encontra o gatinho e quando começa a pintar aquele clima você para e lembra da história... E ai? Dá uma de Gostosona (pego e não me apego) ou de Princesinha (achando que o amor é para sempre?)? Aviso logo que se sua opção é a segunda, pergunte logo: Querido, tira só uma dúvida aqui, filhinho, você teve babá antes de completar um ano de idade?

Num queria ser má (Deus defenda dessa hora), mas se a resposta for sim, vire atleta e fuja, pois suas chances de mudar de "princesa" para "chifruda" são grandes. Então, fica a dica, nunca confie em homens que foram criados por babás.