segunda-feira, 26 de julho de 2010

Por que não arriscar?

"Às vezes é preciso saltar de olhos fechados, e ver o que acontece"... vi hoje essa frase no twitter da Lya Luft. Engraçado como algumas poucas palavras bem organizadas são capazes de nos transmitir umm bom ensinamento.



O homem vai crescendo e vai perdendo a coragem de arriscar. Toda criança é destemida e sempre pronta para os novos desafios que qualquer um lhe proponha. Qnato maior o desafio, maior o gosto de tentar, de fazer acontecer. Mas parece que o que as pessoas chamam de experiência é, na verdade, o medo de arriscar que vai se intensificando a medida que os anos passam.

Vamos aprendendo a nos comportar "na sociedade" e desapredendo a nos aventurar. Temos medo de errar, de ir de encontros as regras impostas pelas pessoas, de passar vergonha, de sair da linha...

Vai ver que é por isso que não podemos perder o contato com as crianças: para termos sempre a oportunidade de relembrar a importância de viver novas experiências, sem ter receio de por em risco as oportunidades, de errar e acertar, tentando achar um meio termo entre o bom e o ruim e sabendo dosar a hora certa para vestir a capa de cada um sem ser desonesto consigo mesmo e com os que nos rodeiam.

No fundo sonhar, é construir a oportunidade de fazer algo que tem chances de dar errado.

E como diria Soren Kiekegaard:

Arriscar é Viver
Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão para o outro é arriscar-se a se envolver.
Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor seu eu verdadeiro.
Amar é arriscar-se a não ser amado.
Expor suas idéias e sonhos ao público é arriscar-se a perder.
Viver é arriscar-se a morrer...
Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.
Tentar é arriscar-se a falhar.
Mas...
é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada...
Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.
Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.
Mas assim não podem aprender, sentir, crescer, mudar, amar, viver...
Acorrentadas às suas atitudes, são escravas;
Abrem mão de sua liberdade.
Só a pessoa que se arrisca é livre...
"Arriscar-se é perder o pé por algum tempo.
Não se arriscar é perder a vida..."

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Lembranças


E o que a gente faz quando o coração está partido?
E tudo o que passou, não passa de passado
E agora já não faz mais sentido?
É sempre assim...
Tudo vai bem, mas, de repente,
Você percebe que não ia tão bem assim.
A gente pensa, pensa e sente
Que tudo não passou de uma ilusão
Momento passageiro que um dia
Quando a gente pensar que não
Já vai ter ficado para trás
E vai servir de lição.
Na escola da vida,
Não é fácil cumprir o dever de casa sempre,
Mas fazer o que se não queremos adiantar a partida?
Mas fica o consolo de que, um dia,
Cedo ou tarde, tudo passa
E o que foi dor
Vai ser apenas uma lembrança tardia
Do que era para ser e não foi.

domingo, 18 de julho de 2010

"Eu tenho uma espécie de dever,
de dever de sonhar ,
de sonhar sempre ,
pois sendo mais do que
uma espectadora de mim mesma,
Eu tenho que ter o
melhor espetáculo que posso.
E assim me construo a ouro e sedas,
em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho entre
luzes brandas e músicas invisíveis ."

(Livro do Desassossego - Fernando Pessoa)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O que é viver, afinal?

O mais interessante de se viver é saber que um dia nunca será igual ao outro, é saber que estamos expostos a surpresas e mudanças bruscas. Saber viver é também saber contornar os obstáculos que aparece à nossa frente, é saber reagir às mudanças e encarar o lado bom das novas oportunidades que batem nossa porta a cada instante.

O medo de enfrentar os problemas cega e destrói nossas possibilidades de crescer. No fundo, viver é arriscar, é dar a cara a tapa, é quebrar a cara e estar pronto para fazer tudo de novo se for preciso e se achar necessário.

E não adianta se enganar. Viver só se aprende mesmo vivendo. A vida é assim: uma escola em tempo integral e que sentimos na pele cada erro que cometemos. Não existe receita pra viver, cada um escolhe seu caminho e que arque com as consequências. Quem disse que tudo que é bom tem que ser fácil?

domingo, 11 de julho de 2010

A mão


E, de repente, voltei no tempo. Aquele sorriso que não fazia mais diferença ainda era o mesmo e o lugar da frente ainda ia ser ocupado por mim. Mas não, uma pessoa adulta e madura não se rende tão fácil. É apenas uma saída de amigos. Melhor não olhar, conversar amenidades e, quem sabe, com uma imagem não tão nítida tudo se resolva. Ouço uma voz, pedindo para tirar os óculos (deve ser meu anjo!).

Uma noite sem estrelas no céu, sem expectativas aparentes. É isso mesmo: somos todos amigos. E tem mais: sou uma pessoa madura (é sempre bom repetir esse mantra)! Então, o melhor é não parar, afinal é parada que a gente começa a conversar. Dança aqui e acolá, não olha pro lado, não sorri e se faz de cega (meu anjo resolve me dar conselhos). Mas, é claro!, que o diabo não vai me deixar receber conselhos de um lado só: vocês são amigos, dança com ele também, o que custa, né?

Pois é... Uma música, duas, três... Por um instante, voltei no tempo. Uma música lenta e o coração parado volta a bater de devagarinho. A cintura, antes esquecida, volta a ser lembrada pela mão que passa em volta. Preciso realmente ser uma pessoa madura? Surge a dúvida. O coração se dividiu: desceu para o estômago e subiu para a garganta. As mãos suam, ficam inquietas e o coração está lá, dividido e disparado. Os pensamentos não se encontram, não há lógica. Anjo e diabo travam uma briga sem fim.

As músicas acabam, apagam-se as luzes do palco e tudo o que consegui fazer foi repetir meu mantra de pessoa madura e decidida. É hora de voltar para casa... O lugar da frente ainda era o meu, mas o caminho da minha casa foi o primeiro encontrado.

Já era de manhã e aquela cena não se apagou da memória. Levantei me perguntando se devemos sempre ouvir a voz do anjo que sussura no nosso ouvido. Levantei, mas não acordei. E a cena daquela mão ainda não me saiu da cabeça!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Aaai... a vida!

Viver não é nada fácil, mas quem disse que o que é mais fácil é melhor?! A vida é, de fato, um jogo no qual todos os dias ganhamos e perdemos. Muito se engana quem pensa que esses ganhos e perdas são materiais. As experiências para as quais somos empurrados e obrigados a encarar de frente são bens inestimáveis que T-O-D-O-S O-S D-I-A-S adquirimos e somentes depois de alguns anos é que nos damos conta dessa conquista. E não é só isso... poderia passar horas aqui divagando sobre os lucros de viver cada dia que nos é ofertado.

E as perdas? Ahhh... as perdas são as horas que deixamos de viver, são os momentos que nã aproveitamos ao lado de quem gostamos, são as palavras guardadas, os sentimento contidos, as lágrimas evitadas, as viagens que não fazemos, tudo o que não arriscamos por medo, falta de coragem ou como queiram chamar.

Melhor (bem melhor MESMO) Pablo Neruda completa meu pensamento:

"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar,
morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoínho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante...
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade".

Então, por que não aprender a viver e deixar de morrer lentamente?