terça-feira, 28 de setembro de 2010

A vida é uma comédia



Uma pauta para cobrir outra. Precisávamos da nossa matéria. Então começou nossa aventura. A procura por um contato, buscas incessantes pela internet, eis que achei um telefone. Liguei, marquei e, no caminho, a Anamélia me questiona: "Afinal, quem é esse homem com quem tu falou?". Entre risos, a incerteza e uma pontinha de medo pairou no ar, mas... já era tarde demais...

Num bairro distante, uma casa simples de paredes pintadas chama a atenção de quem passa. É a "Casa da Poeta". Ultrapassamos o portão, e o que era para ser uma entrevista simples para a cadeira de Jornal Laboratório, transformou-se numa tarde super agradável e de muitas risadas.

Ouvir uma pessoa que podia estar reclamando da vida, falando sobre as dificuldades de morar em um bairro mais simples ou mesmo reclamando da falta de oportunidades que seus filhos enfrentam, fomos surpreendidas por uma mulher baixinha, vaidosa, de sorriso no rosto e gargalhadas fáceis falando, sem muitas pausas para respirar, sobre a oportunidade que ela tem de ajudar as crianças do bairro a superar a timidez, enfrentar dificuldades em casa ou na escola. Num discurso meio embaralhado entre um verso cantado e uma palavra falada, Cristina acabou nos contagiando e fazendo do nosso trabalho um momento de muita alegria e aprendizado ( "A vida é uma comédia...se alguém falar de você, não ache ruim, pois você já falou de alguém um dia!"). Foi assim, de maneira simples e cheia de graça e encantamento que pudemos conhecer mais do trabalho de Cristina e Daniel que enchem a casa de crianças para falar sobre música, teatro e muita poesia.

Conhecer pessoas assim, participar um pouco dessa vivência tão diferente da nossa, explorar outros mundos é o que faz da profissão do jornalista ser tão apaixonante. Embarcamos numa viagem que, de alguma forma, mudou um pouco da nossa visão do mundo, fez-nos sair da nossa casca, enxergar o que está à nossa volta sob uma ótica diferente. Então, assim eu percebo que estou no lugar certo e fazendo o que me dá prazer.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mudanças...

E, de repente, uma lágrima furtiva desceu pela face. Nossa, tinha esquecido de como era difícil ter que tomar uma decisão tão séria em sua vida. Pressão, dela mesma... não queria permanecer onde estava, mas temia o que vinha pela frente. O receio da mudança a deixava confusa, não saber o que dizer, o que fazer ou como fazer. Sentia-se perdida. Faltava-lhe com quem conversar. Queria um abraço, um consolo, uma força... Os pensamentos não se encaixavam. Estava atordoada. Não sabia o que fazer.

Sentia-se, novamente, uma criança. Dessa vez, no entanto, não podia correr para os braços da mãe. Era só ela, com ela mesma. O coração batia mais rápido que o normal, as mãos suavam, os pés gelavam... Mas, na vida, as coisas funcionam assim: é tudo ou nada. Não se pode ter tudo, então... por que não tentar? Foi quando decidiu que devia seguir seus próprios conselhos: arrepender-se por ter tentado e, não, por ter ficado pensando em como poderia ter sido; vá enfrente, arrisque-se!

E que venha uma nova experiência!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Pra que viajar...

“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens,
livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o
que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor.
Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o
desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para
lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo
como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz
professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e
simplesmente ir ver”
Amyr Klink