terça-feira, 19 de outubro de 2010

Reviravoltas


A música cessa, trazendo consigo um silêncio mórbido que a faz lembrar de sua solidão diária. Não a solidão de ter pessoas ao seu redor, mas a solidão do vazio que sente por dentro. Ela não sabia explicar o que faltava-lhe, mas sabia que faltava algo para dar sentido à sua rotina. É isso: os dias tinham virado uma rotina sem fim, sem graça. Faltava-lhe sorrisos nos lábios, gargalhadas sem fim, música constante sem hora para acabar, pessoas conversando, um abaraço envolvente, piadas sem graça, seu nome nas rodas de conversa...

Havia perdido as contas da última vez que vira o sol dar boas vindas ao novo dia que se iniciava, sentia saudades do cheiro bom de café que chegava junto com ela ao portão de casa. E as sandálias nas mãos para diminuir a possibilidade de ruídos. Ah!!! Como era bom viver perigosamente. O que fazia dela uma pessoa tão saudosista? Iria, um dia, sentir saudades do agora, quando ele um di se tornar passado?

E foi lembrando dos momentos felizes e querendo fazer desse momento pleno e cheio de boas lembranças para recordar futuramente, rebeu uma mensagem que a encheu de esperanças! Nossa! A vida nada mais é que uma caixa a qual podemos abrí-la a qualquer momento e nos surpreender com o que podemos encontrar lá dentro!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Transformações


E, de repente, ao simples sonar do telefone...
A vida ganhar cor.
A solidão é preenchida pelas palavras doces e sinceras.
O semblante tristonho se transforma numa face cheia de graça e rubor.
As lágrimas de triteza desistem de cair.
O desânimo transforma-se em coragem.
O silência vira a bela melodia de um romance hollywoodiano.
Ahh... o suspiro não é mais de desilusão.
Os pensamentos não são mais focados na fuga, mas, sim, na permanência.
O filme não é mais de drama.
O amargo passa a ser doce, mas não enjoa.
...
As transformações são muitas, inenarráveis, incontáveis...
Como eu queria que o telefone tocasse mais uma vez hoje!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Vontade de ser...


Hoje eu tive vontade de ser muitas coisas que não fosse eu...
Tive vontade de ser criança, de andar descalça pela rua, de não ter compromisso marcado, não ter que me preocupar com as coisas do dia a dia, de comer fruta embaixo das árvores e subir nelas, de ter um cachorrinho pra cuidar, de pastorar a panela no fogo...
Tive vontade também de ser turista, viajando para uma cidade desconhecida, sem me preocupar com o dinheiro que ia gastar, sem esperar pelo que vai passar na televisão, sem me preocupar com a hora de dormir, acordar ou voltar pra casa, conhecendo pessoas diferentes e desfrutando de paisagens e situações que nunca vivi...
Tive vontade de ser um atleta, em busca de um sonho, um campeonato, com metas a curto prazo, com espírito esportivo e de coletividade...
Tive vontade de ser uma adolescente, preocupada com as matemática, com os trabalhos do colégio pra fazer, com as festinhas da turma pra ir, apaixonada pelo menino mais lindo da escola, sem o amor correspondido, mas com a esperança ardendo em chamas...
Tive vontade de não ser eu, viver um pouco do universo de outras pessoas ou, até mesmo, outros "eus" que ficaram perdidos em algum momento do passado...
Tive também saudades. Saudades de quando eu fui um pouco de tudo isso e até mesmo do que sou agora... Tive saudades do que nem vivi e já senti falta do momento em que vivo agora!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Duas faces de uma só moeda


Hoje, meu jardim amanheceu engraçado: parte colorido e outra sem cor! Quando somos crianças, todas as nossas alegrias e decepções giram em torno do nosso mundo e das nossa pequenas ambições. Com o tempo, vamos percebendo que não é tão simples assim... Algumas pessoas dpendem da gente e vice-versa.

À mdida que crescemos, temos a opção de optar pelo que desejamos, as responsabilidades aparecem e respondemos pelos nosso próprios atos. E, mais uma vez, recomeçam as antíteses nesse jogo cíclico da vida. A vida é como uma moeda e são há um lado só, ou bom ou ruim. As opções são muitas e, qualquer que seja a nossa escolha, sempre temos que arcar com as consequências e seguir em frente, aprendendo a lidar com o doce e o amargo, simultaneamente.

Ahhh... se, quando criança, eu soubesse do que sei agora!! Mas vai ver que a verdadeira graça da vida é ir aprendendo aos poucos entre vitórias e derrotas.

Será que, se tivéssemos oportunidade de saber como seria o futuro, mudaríamos ele de alguma forma? Posso até estar enganada, mas creio que pagaria para ver... Afinal, a felicidade em sim, ao meu ver, não existe. A vida é feita de momentos felizes... Não sei quem disse isso, mas eu, particularmente, concordo!